quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Simpatia de Deus com as Nossas Fraquezas

Referência: Hebreus 4:14-16


O dramaturgo Ingmar Bergmam através de uma série conhecida como “Trilogia do Silêncio” soube registrar com fidelidade a “ausência” de Deus em nossa época e cultura.
A incredulidade “Bergmaniana” não é deliberada, os dedos não estão em “riste” contra Deus. É a incredulidade das perguntas e sondagens, da procura por um Deus que parece estar em algum lugar, e que talvez possa ser encontrado.
Essa incredulidade “passiva” é também incredulidade, mas tem um característica diferente, é conseqüência da dúvida. Não a dúvida que nega por negar, mas aquela que procura um vestígio, uma sombra na penha, um toque nas vestes.
Geralmente tal tipo de dúvida gera no “incrédulo” um complexo de culpa por não crer como os demais. Para uma sociedade que a fé virou negócio, cheque em branco assinado por Deus, não crer é ser condenado com os hereges, passível de inquisição com direito a “Bis”.
A carta aos hebreus tem na perspectiva antropológica o tema da fé. Os destinatários se encontravam em crise, precisavam de evidências de que há um Deus presente na história, ou se o mundo era dirigido por piloto automático.
Em Hebreus Deus é demonstrado na horizontal, ele caminha no compasso da criatura, se aproxima  do que sofre, vivencia sua dor, calça seus sapatos. Ele não está em silêncio, fala, se comunica, se transporta e se torna gente, tão carne e sangue que vive e morre com homem.
Paradoxalmente, aquilo que o tornou tão próximo dos homens, o “escândalo” de sua humanidade tem mais afastado do que atraído os filhos de Adão.
Por ser simples e profundo, impossível e possível, crível e incrível, a mente cartesiana não pode suportar. É de tal aparente contradição que surge a fé, pois como disse um santo do passado: Creio porque é absurdo. É esse Deus simpático que convida cada sofredor a “chegar mais”. Ele tem uma maneira especial de oferecer graça e socorro para aqueles que perderam o vigor, e isso em cada fraqueza e circunstancia experimentada.
Ter fé não implica necessariamente a ausência de dúvidas, antes, é sua constante superação. É através da dialética fé e não fé que a fé se vitaliza. Sem a tensão constante de crer e não-crer a fé se acomoda e distende, perde seu vigor, justamente porque não tem ao que lhe opor.
Como Abraão que cria contra a esperança a dúvida pode ser propulsora, ela remete o fiel a crer e a buscar mais do que sente ou vê. É sempre no “nada” de cada momento que Deus intervem e acontece no aqui-agora de cada um (Romanos 4:17 e 18).
Portanto, não defina sua vida pelo tamanho de sua fé, mas pelo tamanho de seu Deus. O justo não vive somente pela fé, mas de fé em fé. A fé não é destino, mas, percurso. É sempre através da segurança  de cada passo e jornada que se alimenta a caminhada até a fronteira final, o lado de lá.
Pr. Edmilson Tavares 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Efeito Borboleta da Fé

A metáfora do efeito borboleta inicialmente foi aplicada ao campo da física, como ilustração de um conceito denominado teoria do caos.
Essa teoria compreende que cada evento está interligado à outro, ambos sempre decorrentes de um evento original.
O simples bater de asas de uma borboleta num local da terra provocaria conseqüências positivas ou negativas nos demais pontos do planeta. Atualmente o conceito se apresenta na economia globalizada nas crises de mercado, quando um mercado experimenta alguma turbulência, os outros ressentem proporcionalmente.
Há certa semelhança entre o efeito borboleta e o exercício da fé de cada cristão. Embora a fé seja de responsabilidade individual, ela não é neutra, no conjunto da obra influencia outros que tateiam por Deus...
Dentre os que repercutiram sua vida através dos séculos, o autor de Hebreus destaca o efeito borboleta da fé de Abel, que mesmo “morto” ainda fala, se faz ouvir no horizonte dos que chegaram depois na carruagem do tempo (Hebreus 11:4).
A fé de Abel ainda é viva, transcende os limites do tempo e espaço, esclarece aqueles que não estiveram lá, atualiza Deus para os modernos, como se tudo houvesse ocorrido hoje.
No filme “Felicidade não se compra”, o personagem principal se vê diante de uma encruzilhada existencial. Aparentemente sua vida até aquele momento parecia sem sentido, nenhum movimento por ele efetuado produzira os resultados esperados.
Quando estava à beira de um ato extremo é “deslocado” do presente para o futuro, consegue contemplar o impacto que sua vida exerceu sobre a vida de outros.
Se não fosse por ele muitas pessoas não teriam “acontecido” e alcançado seus propósitos. No final ele sintetiza numa frase a trama que existe em cada feixe de relações: - A vida de todo homem toca em cada vida humana.
Portanto, como disse John Donne poeta cristão do século XVII, ninguém é uma ilha. Há uma solidariedade corporativa entre todos homens, o efeito borboleta da fé viaja na velocidade da luz em todas as coordenadas de tempo e espaço. Se não é bom tirar o pão da fé dos donos e dá-los aos “cachorrinhos”, os cachorrinhos podem comer as migalhas da fé que caem das mesas de seus donos.
Pr. Edmilson Tavares

Evangeliza!!!

Foi TREMENDO!

em breve postaremos algumas fotos.